quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Casais buscam educação financeira e noções de mercado em curso na Bolsa

São 18h de uma segunda-feira no Centro do Rio de Janeiro. Cinquenta pessoas de idades variadas lotam uma sala no térreo do prédio, onde já foi o centro nervoso financeiro da capital fluminense, a Bolsa do Rio, na Praça XV. É gente que trabalha no Centro, ou nas proximidades, e que, depois de um dia intenso no batente, se dispõe a tomar lições de educação financeira, que abrangem desde orçamento doméstico a investimentos pessoais: da tradicional poupança até o - ainda considerado sofisticado por muitos - mercado de ações, passando pelos fundos de investimento. O local agora virou a sede institucional da Bolsa de Valores, Mercadorias & Futuros (BM&F Bovespa) no Rio e de cursos gratuitos.

Segundo reportagem de Felipe Frisch publicada na edição desta segunda-feria do jornal O GLOBO, a maior parte das perguntas surge quando o professor Mauro Salema, funcionário da Bolsa, fala da poupança. Ela que sempre foi a mais simples das aplicações, mas foi ameaçada pelo governo de sofrer mudanças, diante da concorrência com fundos DI e de renda fixa, que compram títulos da dívida pública atrelados à taxa básica de juros (Selic, reduzida a 8,75% ao ano). Por ora, o governo parece ter desistido de mexer nas regras.

O GLOBO acompanhou casais que frequentaram as aulas, durante a semana seguinte ao curso, para saber como os conhecimentos adquiridos estavam sendo aplicados na prática. O oficial do Exército Hélcio Alves, de 38 anos, conta que procurou o curso para ajudar a reduzir as despesas de casa, depois que a esposa, a publicitária Marcelle Rêgo, de 34, com quem é casado há um ano e meio, ficou desempregada por nove meses. Uma das lições do curso é ter uma reserva equivalente a pelo menos três meses de renda da família na poupança ou em fundos conservadores, para eventuais períodos de aperto.

- Procuramos o curso para dar uma enxugada no orçamento e não precisar mexer no dinheiro aplicado, que é a nossa reserva. Tínhamos um padrão mais alto. Cortamos lazer, idas a restaurantes, o que fazíamos bastante, pegamos pacotes mais baratos de telefone e TV a cabo, procuramos descontos de anuidade no cartão de crédito - ensina Hélcio, que já vinha adotando muitas das medidas sugeridas e quis saber se estava fazendo tudo certo.


Por Gle e Ale

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